Mais de um século após seu naufrágio, o Titanic ainda conta com uma história capaz de despertar o interesse de pessoas ao redor de todo o mundo. É impossível negar que grande parte do envolvimento do público se deve ao filme de mesmo nome lançado na década de 90, dirigido por James Cameron e estrelado por Leonardo DiCaprio e Kate Winslet, algo que tornou a imagem do Titanic rentável até os dias de hoje.
Pegando carona no romantismo da trama, Clive Palmer – bilionário australiano do ramo do minério – está criando em sua companhia, a Blue Star Line, uma réplica do navio que está no fundo do oceano Atlântico.
No ano passado, Palmer anunciou o início do projeto, no entanto foi recebido com certa desconfiança pelo mercado, já que ele poderia não ter um bom retorno sobre o investimento. Embora muitos acreditassem que o Titanic II fosse capaz de “afundar” antes mesmo de seu lançamento, o empresário convocou uma coletiva de imprensa esta semana em Nova York para mostrar a evolução do projeto, além de revelar detalhes até então desconhecidos sobre o navio.
O velho Titanic com novas tecnologias
Conforme Palmer já havia dado pistas, o Titanic II terá o visual do primeiro navio, mas vai contar com todo o conforto que alguém pode esperar de um navio de luxo. A embarcação terá capacidade para 2.600 pessoas, em 850 cabines.
O navio terá uma estrutura apenas 8 cm mais longa que a original, que tinha 270 metros. Isso demandará uma equipe de cerca de 900 pessoas e 18 botes salva-vidas – desta vez, o suficiente para todas as pessoas a bordo.
Segundo Palmer, as áreas dos passageiros terão exatamente o mesmo design e as mesmas funções do Titanic, mas com modernidades para aumentar o conforto, como ar-condicionado e disponibilidade de conexão com a internet. Apesar disso, o navio não vai contar com televisões espalhadas pelas salas, preservando o visual original.
A viagem inaugural do Titanic II está marcada para 2016 e, para mergulhar na história de cabeça, os passageiros terão de usar trajes típicos da época, fornecidos pela própria equipe. O trecho a ser percorrido também é o mesmo: saindo de Southhampton, Inglaterra, com destino a Nova York.
Outros detalhes também foram confirmados, como a existência de chaminés decorativas ao longo da embarcação, uma réplica da sala do capitão Smith e espaços com instalações mais modernas, como spas e quadras de squash.
Assim como no navio original, os passageiros de primeira classe não poderão transitar livremente pela segunda e terceira classes, mas hoje a proibição não é tão séria assim: para quem quiser conhecer as outras áreas do Titanic II, basta trocar de roupas, se adequando aos ambientes. “Isso vai ajudar muito a fazer com que todos se sintam dentro do filme”, disse Palmer durante a coletiva.
Embora a coletiva de imprensa tenha surgido com a intenção de sanar dúvidas, Palmer não respondeu aos principais questionamentos dos repórteres: os custos do projeto e, principalmente, o valor das passagens.
Em resposta, o bilionário disse que a divulgação do projeto não tem a intenção de atrair investidores. “Nós não vamos divulgar os custos, pois eu tenho dinheiro o suficiente para isso. A questão não é o preço, mas sim criar uma memória viva do Titanic”. Além disso, ele já revelou que recebeu ofertas superiores a US$ 1 milhão por passagens na viagem inaugural.